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Arcoverde,29/04/2024

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Partido de extrema direita de Portugal chama de 'vergonha' proposta de presidente de reparar Brasil pela escravidão

g1.globo.com
Partido de extrema direita de Portugal chama de 'vergonha' proposta de presidente de reparar Brasil pela escravidão

O partido Chega disse no X (antigo Twitter) que, se pudesse, pediria a destituição de Marcelo Rebelo de Sousa. O chefe de Estado português reconheceu nesta quarta (24) pela primeira vez a culpa do país pelo tráfico de escravos. Presidente de Portugal diz que país deve pagar preço pela escravidão e crimes coloniais
O partido de extrema direita português Chega criticou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa depois que ele reconheceu a culpa de Portugal pela escravidão no Brasil e em outras colônias.
"Vergonha! Se houvesse forma de destituir o Presidente da República Portuguesa neste momento, o Chega fá-lo-ia!", diz a mensagem na conta oficial do partido na rede social X (antigo Twitter).
Nas últimas eleições, em março, o Chega conquistou 48 cadeiras no Parlamento português, quadruplicando o número de assentos que ocupavam. Eles são agora a terceira força política do país.
Em conversa na noite de terça-feira (23) com correspondentes estrangeiros, Rebelo de Sousa disse também que sugeriu a seu governo fazer reparações pela escravidão e afirmou que seu país "assume total responsabilidade pelos danos causados", como massacres a indígenas, a escravidão de milhões de africanos e bens saqueados.
"Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", declarou.
Na conversa, no entanto, o presidente português não especificou de que forma a reparação será feita.
É foi primeira vez que um presidente de Portugal -- que é o chefe de Estado no país -- reconhece a culpa. No ano passado, Rebelo de Sousa disse que Portugal deveria se desculpar pela escravidão transatlântica e pelo colonialismo, mas não chegou a pedir desculpas completas.
Já na noite de terça-feira, ele alegou que reconhecer o passado e assumir a responsabilidade por ele era mais importante do que pedir desculpas.
"Pedir desculpas é a parte mais fácil", disse ele.
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Período colonial é tabu no país
Portugal foi o país que mais traficou africanos na era colonial. Foram quase 6 milhões deles, quase a metade do total de pessoas escravizadas à época pelos países europeus.
Até hoje, no entanto, autoridades do país falam pouco do crime, e as escolas também quase não abordam o papel de Portugal na escravidão transatlântica.
Em vez disso, a era colonial de Portugal -- durante a qual países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste, além de partes da Índia, foram submetidos ao domínio português -- é frequentemente vista como uma fonte de orgulho.
Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por longas distâncias, principalmente por navios e comerciantes europeus, e vendidos como escravos. Os que sobreviviam à viagem foram enviados para trabalhar sem qualquer remuneração em plantações no Brasil e no Caribe.
A ideia de pagar reparações ou tomar outras medidas pela escravidão transatlântica vem ganhando força em todo o mundo, incluindo esforços para estabelecer um tribunal especial sobre a questão.




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