Nada consegue ser tão ruim, que não possa piorar. Em marketing político se vê de tudo. Depois que dois renomados institutos de pesquisas apontarem que a atual gestão do Prefeito Wellington da LW tem recorde de rejeição, que oscilam entre 60 e 70% em Arcoverde, os magos do marketing inovaram. A ordem é “não perder um suspiro”. Enquanto o lixo se acumula na periferia e os funcionários terceirizados são obrigados a fazer a vaquinha do PIX para tentar colocar as contas em dia, ganha destaque a mais recente obra de arte da prefeitura. Um post comemorando o Dia Nacional da Cultura.
A prefeitura convida o leitor a conhecer cinco ações locais para valorizar a cultura arcoverdense. Reproduzimos aqui, na íntegra:
1 - Aumento do número de contratações de artistas arcoverdenses no calendário de eventos da cidade. O São João 2023 contratou mais de 130 artistas e grupos locais, número que representa 84% da totalidade de contratações. Os investimentos em artistas locais no São João passaram de 100 mil reais em 2019 para mais de 500 mil reais em 2023. Alem disso, mais de 30 apresentações foram contratadas via Fundarpe.
2 - São João - Criação do polo itinerante que circula pela Área Rural, nos distritos de Aldeia Velha, Caraíbas, Malhada, Ipojuca e Riacho do Meio, ação de descentralização do evento, que proporciona a essa comunidades vivenciam em suas localidades a maior festividade da cidade de Arcoverde.
3 - A equipe da Secretaria de Cultura ofereceu orientação e formação em gestão de carreira artística a grupos e artistas de Arcoverde, o que fortalece a cadeia produtiva da Cultura na cidade.
4 - Início da reforma da área externa e requalificação do espaço do museu da Estação da Cultura. Ação que resulta na proteção, manutenção e salvaguarda de um dos mais antigos patrimónios arquitetônicos da cidade e numa recepção qualificada às visitações das áreas do museu.
5 - Arcoverde foi uma das primeiras cidades do país a aprovar o plano de trabalho da Lei Paulo Gustavo na Plataforma +Brasil, o que possibilitou o lançamento de seus editais ainda em agosto. O município está agora na etapa de juntada de documentos para celebração de contratos junto aos aprovados. Arcoverde se encaminha para ser uma das primeiras cidades do Brasil a pagar os recursos da Lei.
Agora, iremos mostrar 15 situações que mostram que a Cultura em Arcoverde está deixando a desejar:
1 - São João da desigualdade - Nunca se viu tantas pessoas pobres, inclusive crianças e idosos, passando fome e lutando por latinhas e garrafas para reciclar e garantir a alimentação do dia seguinte.
2 - Culto à bebedeira: O tema do São João e a mídia institucional equivocada resultou no São João mais violento da história de Arcoverde, com sequência de brigas, ameaça, tiros em praça pública, apreensão de armas, consumo de drogas e tentativa de intimidação da imprensa com ameaças de caçar credenciais e notificações extrajudiciais para tentar calar a imprensa.
3 - Mais do mesmo - Reaproveitamento de boa parte da ornamentação dos anos anteriores com acréscimo de itens plastificados, tirando a essência cultural do São João de Arcoverde, desagradando os turistas.
4 - informação errada no Card da prefeitura - De acordo com a placa com os custos das contrações colocada durante o São João por força da Lei, a Fundarpe destinou R$ um milhão de reais para custear 55 atrações. A informação do card da prefeitura cita que o Governo do Estado patrocinou mais de 30 atrações. Ou seja, o leitor menos atencioso, pensará que algumas atrações foram pagas pela prefeitura, o que não é verdade.
5 - Cachê baixo e desvalorização dos artistas - O card também enaltece a prefeitura pela contratação de mais de 130 artistas e grupos locais para o calendário de eventos, ou seja, 84% da totalidade das contratações durante o São João. Destaca também que mais de 500 mil reais foram investidos. A peça não informa porém, que mais da metade das contratações, 67 para ser exatos, celebraram contratos nos valores entre R$ 1.500,00 até R$ 3.000,00 e que os artistas ainda terão descontados impostos como ISS, INSS, despesas com traslados, passagens , diárias de alimentação e hospedagem. Além do mais, travam uma verdadeira via crucis para receber os cachês atrasados. A prefeitura também não mostra, que em relação ao grupo maior de artistas (da região), com cachês de até R$ 3.000,00, só foram investidos apenas 3,58% dos recursos destinados ao pagamento dos cachês.
6 - Dinheiro da cidade vai todo para fora - A prefeitura não mostra que as dez maiores atrações do São João de Arcoverde levaram para fora da cidade, 72,87% de todo o dinheiro destinado para contratação dos artistas. Isso não é valorização dos artistas regionais.
7 - Desvalorização do Samba de Coco - A Prefeitura também não valoriza um dos maiores e mais reconhecidos ativos da cultura de Arcoverde, que é o Samba de Coco, que orgulhosamente já levou o nome da cidade para toda a América, África e Europa. Pasmem, do valor investido no São João de Arcoverde, apenas 1,05% foi utilizado para contratação de grupos de Samba de Coco. Apesar da colorida foto utilizando a imagem do grupo, percebesse que a gestão local, que deveria fomentar a cultura, está deixando esse legado histórico de lado.
8 - São João de 2034 - Da totalidade de grupos, duplas ou artistas solos que se apresentaram no São João e que assinaram contratos entre R$ 18.000,00 até R$ 1,500,00 são exatos 110 artistas, que juntos receberam ou receberão apenas 9,58% dos recursos destinados ao pagamento de cachês do evento. Se todo o recurso existente para o pagamento de artistas fossem investidos nessa faixa de contratação, daria para pagar os mesmos cachês até o São João de 2034.
9 - Desorganização - A ideia do polo itinerante é um avanço, mas foi realizado com improviso, pouca divulgação e desorganização. No polo principal a festa foi iniciada sem a ornamentação completa e faltou energia nos palcos alternativos, prejudicando o Polo do Rock e os comerciantes na Praça de alimentação, que amargaram prejuízos. Ou seja, total descaso com a cultura.
10 - Falta Transparência - A Secretaria de Cultura ostenta a orientação e formação em gestão de carreira artística para grupos e artistas de Arcoverde, supostamente fortalecendo a cadeia produtiva da Cultura na cidade, sequer mantém atualizadas as informações do Conselho Municipal de Políticas Culturais, cuja página na internet está desatualizada há exatos 610 dias.
11 - Para a Estação tudo, para o teatro nada - Já se passaram exatos 1018 dias da visita do prefeito Wellington da LW ao Cinema Rio Branco, ao Teatro Municipal e à Estação da Cultura. De lá, prá cá, o cinema segue sendo maquiado a passos de tartaruga e nada de reforma do teatro, apesar da secretária de cultura ser remanescente desse movimento. No entanto, por incrível que pareça, o foco da prefeitura é a reforma da Estação da Cultura, espaço invadido em 2001 e que é ligado à atual secretária. Ou seja, se investe num espaço ocupado por uma instituição privada, que mantém o monopólio de uma área que é patrimônio de Arcoverde e que deveria ter uso público.
12 Carraspana proibida - A transloucada operação de culto à carraspana, afetou a cadeia produtiva da cultura artesanal da bebida, despertando a atenção do Ministério da Agricultura e da indústria legalizada, trazendo prejuízos aos produtores. É mais um erro grosseiro da Secretaria de Cultura.
13 - Pegando carona em obra alheia - A prefeitura comemora a execução de recursos da Lei Complementar 195, conhecida por Lei Paulo Gustavo, que destinou para todos os municípios do Brasil, a possibilidade de pactuação de recursos na ordem de 3,8 bilhões de Reais. Ou seja, a ação é do Governo Federal.
14 - Contra as políticas de cultura locais - Em seu mandato, sob a justificativa de vício de iniciativa, LW vetou (não aprovou) o Projeto de Lei 0027/2023, que dispõe sobre a valorização do Samba de coco em Arcoverde; vetou também o Projeto 011/2022, que fortaleceria atividades cívicas e a conscientização sobre o patrimônio público, a diversidade religiosa e a cultura do samba de coco. A Câmara tenta agora aprovar um projeto que disciplina os recursos para a cultura local. Será que a prefeitura veta?
15 - Escalada de violência, drogas e cidade mal cuidada afasta turistas: A atual situação de Arcoverde, com o crescente desemprego, avanço da violência e falta de investimentos para criar ou reestruturar pontos turísticos, Arcoverde ganha destaque negativo na mídia e afasta turistas. Para se ter uma ideia, considerando apenas os casos de violência contra a mulher e se for mantida a média mensal de 58,33 casos por mês até dezembro, fecharemos 2023, com impressionantes 700 casos, superando a média história anual dos últimos 11 anos. Confira os casos:
2012: 289 ||| 2013: 264 ||| 2014: 252 ||| 2015: 254 ||| 2016: 400 ||| 2017: 371||| 2018: 469 ||| 2019: 591 ||| 2020: 606 ||| 2021: 549 ||| 2022: 594 ||| 2023 até setembro: 525 ||| projeção até dezembro: 699
Comentários: