“Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa, da bondade da pessoa ruim” – Fragmento da música Deus Me Proteja – Chico César e Dominguinhos
Nunca assisti, desde que comecei a acompanhar politica aqui em Arcoverde um governo de tão difícil leitura do ponto de vista de rumo, de orientação e estratégia política. Devo ser, como disse um desafeto: um ressentido por não participar da mesa do Rei, mas em verdade estou com o estomago embrulhado. Se analisarmos os critérios de formação da equipe, percebemos que é um ajuntamento de familiares, amigos, ex funcionários, bajuladores (esses sempre necessários) e do rebotalho das gestões de Zeca e Madalena. Aliviado, apesar do asco, pois sei que coisas assim não duram muito. Mas, isso não é o pior, afinal, temos o trabalho daqueles que tentam dar um verniz ideológico ao governo e aí é que o Frankenstein se configura de forma mais nítida nessa amalgama de cinismo, descaramento e tentativa efetivação de uma espécie de “monopólio da virtude e da prática do bem.” A impressão que tenho é que o atual prefeito creia seriamente que seja um favor que nos faça ao “ negligenciar a gestão dos seus negócios”, abortar a sua viagem de volta ao mundo e perder a paz anteriormente encontrada para gerir a cidade – que coitadinho - e por ser um favor, um chamamento em que ele mui resistiu em aceitar, tudo seja possível e tolerável, das contradições, traições, ingratidões e mesquinharias até a tentativa de abocanhar um dos maiores salários de prefeito do pais. Nessa luta incessante para construir a sua Jerusalém Celestial, vale tudo: licitações com suspeitas de direcionamento, desvio de finalidade na ocupação de cargos, clientelismo, patrimonialismo, marketing centrado na figura do líder, que se líder fosse não careceria desse tipo de marketing e principalmente, na tentativa de desqualificação das oposições, nunca encaradas dentro do seu papel constitucional, mas, ao contrário, na encarnação do mal, na margem da ilegalidade. Vejam a questão da CPI da AESA: o desejo do governo era submeter a existência da CPI ao crivo da maioria, quando em verdade a formalização e existência de um CPI é assegurado pelo Regimento Interno também as minorias. Felizmente, faltou combinar com o Desembargador Demócrito Ramos Reinaldo Filho do TJ/PE. Houvesse que se submeter ao desejo exclusivo da maioria seria impossível a oposição executar o seu trabalho. A tentativa de barrar a CPI via recurso judicial vai formando juízo na opinião pública independente de que realmente “há coisas muito estranhas na AESA” e que por não dispor de devidas justificativas e respostas condizentes, resta ao governo a tentativa de que permaneçam não apenas fora do conhecimento público, mas que também os seus executores permaneçam impunes, participando do butim. Mas, ainda há juízes no TJ e em breve se dará a devida luz aquilo que se tenta esconder.
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